domingo, 3 de agosto de 2014

Chacras: aprenda a ativar pontos magnéticos do corpo para viver melhor

Os centros energéticos distribuídos ao longo do corpo influenciam nossa saúde física, mental, emocional e espiritual. Descubra o significado de cada um desses pontos e aprenda a ativá-los corretamente para viver, pensar e amar melhor.


A palavra chacra, do sânscrito, significa roda e evoca o caráter dinâmico desses centros magnéticos, que, segundo o hinduísmo, captam, armazenam e distribuem a energia. Relacionados a órgãos e glândulas, eles têm importância decisiva para a nossa vida mental e espiritual, influenciam nossas emoções e são influenciados por elas. Atuam, então, diretamente sobre a nossa disposição e alegria de viver. Os sete principais estão localizados entre a base da coluna e o topo da cabeça, em áreas de confluência de mais de 70 mil nadis - rios de energia (comparáveis aos meridianos da medicina chinesa). Quando seu fluxo é bloqueado, surgem as doenças. "Aí, não apenas a saúde física fica comprometida como também todo o nosso desenvolvimento, pois na tradição indiana, berço desse conhecimento, matéria e espírito são inseparáveis", explica Márua Roseni Pacce, fundadora do Núcleo de Yoga Ganesha, em São Paulo. E o que pode bloquear os chacras? "A má qualidade do ar ou da alimentação, o sedentarismo e os tumultos internos são verdadeiros ladrões de energia", ensina Mercedes Requena, terapeuta e professora do Ganesha. 

Os mestres hindus receitam ioga e meditação contra o desequilíbrio, mas é possível ativar os chacras com atividades físicas, atitudes adequadas no dia a dia e terapias específicas, que envolvem mantras (cânticos devocionais) ou mentalização de cores. Especialista em medicina ayurvédica e cultura indiana, César Deveza diz que esses pontos são como maestros da sofisticada orquestra que rege a nossa energia. O assunto é complexo e ele alerta sobre o risco das simplificações. Não faz sentido, por exemplo, achar que problemas cardíacos podem ser resolvidos apenas com meditações que ativam o chacra dessa região. 

Para nos abastecer, os chacras captam a força vital (prana) e espiritual (kundalini). Na verdade, trata-se da mesma energia, que se manifesta de modos diferentes e é obtida por meio do ar, luz solar, água, alimentação e pelo desenvolvimento da consciência. Os pranayamas, exercícios respiratórios da ioga, purificam nossos canais, favorecem a absorção dos nutrientes e o despertar da kundalini. Segundo a tradição tântrica, essa força mora dentro de nós, mas em estado latente. "Adormecida no primeiro chacra, ela deve ser conduzida até o sétimo, integrando as polaridades feminina e masculina, representadas respectivamente pela deusa Shakti, considerada a mãe de todas as formas, e o deus Shiva, portador da consciência plena", diz Márua. Mas ela acredita que ainda estamos longe disso. "Poderemos dar um salto quando conseguirmos desenvolver o chacra cardíaco, aprendendo mais sobre o amor incondicional." A seguir, apresentamos as características de cada chacra, de acordo com O Livro Básico dos Chacras (Ed. Pensamento), de Naomi Ozaniec, e Terapia do Amor (Ed. Semente), de Rahasya Fritjof Kraft. Para facilitar, na ilustração localizamos os chacras na região frontal, mas lembre-se: eles também operam nas partes posteriores. 


Chacra da coroa

Sahasrara, que significa mil vezes maior.

Localização: topo da cabeça.

Cor: violeta ou branco.

Elemento: nenhum, plano da energia cósmica.

Glândula: pineal.

Funções: integração, cura, consciência plena.

Disfunções: alienação, distúrbios mentais.
Temas: a circulação da energia nesse centro influencia a saúde em geral, pois ele rege o cérebro, as faculdades cognitivas e a memória. Do ponto de vista espiritual, é o estágio da iluminação e da santidade. Para nós, que buscamos a luz, distantes do nirvana, esse chacra aponta para a necessidade de aprendizado e de respeito ao mistério. 

Como ativar: meditação e posturas invertidas da ioga (só com orientação de especialistas).

Para refletir: o potencial para a iluminação existe dentro de todos nós e qualquer ponto luminoso é importante no combate à ignorância. 



Chacra frontal





Ajna, que significa saber, perceber. 



Localização: na testa, entre as sobrancelhas. 

Cor: azul-anil. 

Elemento: nenhum, plano da energia telepática. 

Glândula: pituitária. 

Função: desenvolver a sabedoria. 

Disfunções: dores de cabeça, problemas de visão, incompreensão. 

Temas: no dia a dia, esse chacra nos confere clareza, discernimento e concentração, mas é possível ir além: os dons da vidência e da telepatia correspondem a esse centro, conhecido como o "terceiro olho". Só os grandes sábios conseguiram chegar aos estágios mais elevados desse plano, compreendendo a profunda ligação entre todos os seres. Quando isso não ocorre, mesmo os visionários correm o risco da arrogância e do mau uso dos talentos. 

Como ativar: exercícios de visualização e imaginação ativa, como mentalização de cores e símbolos. 

Para refletir: procure conectar visão e intuição para enxergar além da superfície e compreender melhor o que vê. 




Chacra da garganta

Vishudha, que significa purificar. 

Localização: região da garganta. 

Cor: azul-celeste. 

Elemento: éter. 

Glândula: tireóide. 

Funções: desenvolver a comunicação autêntica, a criatividade e a intuição, estimular a saúde na região do pescoço e ombros. 

Disfunções: bloqueios na faculdade de percepção e expressão, distúrbios ligados à garganta e tireóide. 

Temas: nosso sistema de crenças e valores está associado a esse centro. Se ele for rígido demais, a flexibilidade da parte superior do corpo será prejudicada, bem como a espontaneidade e a possibilidade de inventar novos significados para a existência. Se você é do tipo que engole sapos ou dissimula sentimentos, bloqueará a energia nessa região. O equilíbrio depende da recuperação da capacidade de expressar o que sente, desfazendo o nó na garganta. Assim, vai favorecer a capacidade de entrega, a generosidade, os poderes mágicos de evocação espiritual e também a responsabilidade por tudo o que sua voz é capaz de criar. 

Como ativar: cantar ou entoar mantras. 

Para refletir: palavras podem ferir ou curar, criando guerra ou paz nas relações pessoais e mundiais. 


Chacra do coração

Anahata, que significa intocado ou inaudível. 

Localização: centro do peito. 

Cor: verde. 

Elemento: ar. 

Glândula: timo. 

Funções: estimular a imunidade e o bom funcionamento do coração e dos pulmões, desenvolver a capacidade de amar, perdoar e sentir compaixão. 

Disfunções: problemas respiratórios e cardíacos, medos ou ilusões a respeito do amor. 

Temas: elo entre os três primeiros chacras (ligados a matéria, sexo e relacionamentos) e os três últimos (ligados à espiritualidade), o quarto centro deve integrá-los, elevando nosso grau de consciência e de auto-estima. Para isso, precisamos reconhecer e tratar dores decorrentes de ciúmes, ressentimentos e abandonos. 

Como ativar: terapias voltadas para as curas emocionais e meditações dirigidas. 

Para refletir: liberte-se da ideia de que você ou os outros deveriam ser diferentes para merecer amor. Aceite o que cada um é. 




Chacra do plexo solar

Manipura, que significa gema ou joia reluzente. 

Localização: acima do umbigo, na região do estômago. 

Cor: amarelo-ouro. 

Elemento: fogo. 

Glândula: pâncreas. 

Funções: digestão, fortalecimento da vontade. 

Disfunções: distúrbios alimentares, diabetes, mania de julgar ou controlar os outros, egocentrismo. 

Temas: as questões de carisma e autoridade são o desafio desse ponto, ligado ao metabolismo dos alimentos e das emoções. Despertar a consciência para as emoções envolvidas nos jogos de poder (como a fúria ou o medo da perda) é a chave para transmutá-las. Nessa esfera, aprendemos a nos defender dos abusos e a obter autodomínio - nunca pela negação dos sentimentos, mas pela habilidade de lidar com eles. 

Como ativar: exercícios de flexão de coluna (na ioga, a postura da pinça e a saudação ao sol). 

Para refletir: identifique os aspectos luminosos e sombrios no seu modo de exercer o poder. 

Chacra do sacro

Svadisthana, que significa morada.

Localização: região do baixo-ventre.

Cor: laranja.

Elemento: água.

Glândulas: ovários e testículos.

Funções: prazer, procriação, criatividade.
Disfunções: dependência emocional, luxúria, frigidez, bloqueio criativo, problemas nos rins, nos sistemas reprodutor e circulatório. 


Temas: a polaridade amor e ódio, os sentimentos de vergonha e culpa, as fantasias sexuais e as dores emocionais profundas (ligadas à maternidade e às traições) são questões desse chacra, que governa os líquidos corporais, como o sangue, a menstruação, o esperma e as lágrimas. Tanto o prazer do orgasmo quanto o risco de confundir-se com o parceiro mexem com a energia desse centro, bem como a saúde dos órgãos envolvidos na concepção. 

Como ativar: atividades aquáticas, danças de ritmo sensual.

Para refletir: descubra a relação entre sexualidade e espiritualidade. 





Chacra da raiz

Em sânscrito muladhara, de mula, que significa raiz, e adhara, base. 

Localização: região do períneo, entre o ânus e os órgãos genitais. 

Cor: vermelho. 

Elemento: terra. 

Glândulas: supra-renais. 

Função: sobrevivência. 

Disfunções: fraqueza, doenças ósseas ou hemorróidas; dificuldade para lidar com a raiva e frustração. 

Temas: associado à vitalidade e à nossa ligação com a terra, ele rege as funções do intestino grosso, os ossos, as pernas, pés e tudo o que nos mantém firmes no chão. A habilidade (ou incapacidade) de gerir o plano material, como cuidar do corpo, ganhar dinheiro e dar forma aos projetos, tem a ver com esse centro, que influencia a vida sexual na sua vertente mais instintiva. 

Como ativar: caminhar descalça, dançar e pular com batidas rítmicas no chão, tomar atitudes em relação às questões materiais da existência. 

Para refletir: o que pode estruturar ou desestruturar você? 

Conteúdo CLAUDIA

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