Introdução
Há mais de um século, o futebol chegou às terras
tupiniquins, de forma tímida, trazido por um estudante que retornava ao Brasil.
Pouco tempo depois, o novo esporte já se tornava uma febre entre os
brasileiros. Logo, o Brasil passou a ser chamado de "país do
futebol", não só pelo grande talento dos seus craques, mas também pela
paixão que move os torcedores, que param tudo para assistir a um jogo da
seleção brasileira ou do seu time. Em todas essas décadas, não faltaram
acontecimentos épicos, grandes títulos e frustrações imensas.
A chegada do futebol
Coube a um estudante paulista, filho de britânicos, a
honraria de ser o implantador do esporte bretão em terras tupiniquins. Charles
Miller viajou ao Velho Mundo para uma temporada de estudos e, ao retornar a São
Paulo, trouxe duas bolas de futebol, uma bomba para enchê-las e um caderno com
as regras. Em pouco tempo, ele mobilizou os ingleses que trabalhavam nas
multinacionais, que já conheciam a modalidade. Em 15 de abril de 1895,
organizou a primeira partida oficial de futebol no Brasil, que reuniu
funcionários da Companhia de Gás e da São Paulo Railway.
O primeiro campeonato
As primeiras experiências com o futebol no Brasil, ainda no
final do século 19, deram muitos frutos. Em pouco tempo, passou a ser praticado
pelas colônias inglesa e alemã em São Paulo e no Rio de Janeiro. Além dos
estrangeiros, os jovens das duas cidades também adotaram a novidade e o número
de adeptos cresceu o suficiente para a realização de grandes torneios. Em 1902,
foi criado o primeiro campeonato oficial de futebol no Brasil: o Campeonato
Paulista. A primeira edição foi vencida pelo São Paulo A.C (nenhuma semelhança
com o atual tricolor), que tinha Charles Miller como principal atleta.
O primeiro grande título da seleção
A seleção brasileira de futebol fez sua primeira partida em
1914, contra a equipe britânica do Exeter City, vencendo por 2 a 0. A partir de
então, disputou vários campeonatos. Foi na terceira edição do Campeonato
Sul-Americano, em 1919, que o Brasil conquistou seu primeiro grande título,
jogando em casa. O torneio reuniu Uruguai, Argentina e Chile. Goleamos os
chilenos por 6 a 0 e derrotamos os argentinos por 3 a 1. No entanto, um empate
em 2 a 2 com os uruguaios forçou a realização de uma partida-desempate. E veio,
enfim, a vitória por 1 a 0.
Bangu, primeiro time de negros
No final do século 19 e início do século 20, os times
brasileiros eram formados maciçamente por estrangeiros, filhos de imigrantes e
jovens integrantes da elite. Todos brancos, aliás. A coisa começou a mudar com
o surgimento do Bangu Athletic Club, fundado em 1904 por ingleses que
trabalhavam em fábricas do Rio de Janeiro. No ano seguinte, veio a revolução:
em meio a ingleses, italianos e portugueses, o time passou a contar com um
negro, o operário brasileiro Francisco Carregal. Na época, foi um escândalo, mas
a atitude pioneira representou um passo para o combate ao racismo no futebol
brasileiro.
A derrota em 1950
A seleção brasileira havia disputado as Copas do Mundo de
1930, 1934 e 1938, obtendo um honroso terceiro lugar na última edição. Por tudo
isso, a expectativa foi grande para o mundial de 1950, que foi realizado no
Brasil. Os organizadores trataram de erguer o maior estádio do mundo, o
Maracanã. Em campo, o time atropelou os adversários, com grandes atuações. Mas,
na última partida, veio o drama: o Brasil só precisava de um empate, mas perdeu
por 2 a 1, de virada, para o Uruguai, que levantou o troféu. Tudo isso diante
de mais de 200 mil torcedores.
Nasce a Seleção Canarinho
Até a Copa de 1950, o Brasil jogou com camisas brancas e
calções azuis. O trauma da derrota na Copa do Mundo de 1950 foi tão grande que
a Confederação Brasileira de Desportos resolveu mudar tudo, inclusive o
uniforme. Para isso, realizou um concurso, para escolher como seria o novo
conjunto. O vencedor foi o gaúcho Aldyr Schlee, que concebeu o uniforme que é
utilizado até hoje: camisa amarela com detalhes em verde e calções azuis. Essa
combinação de cores fez com que o time ficasse conhecido como Seleção
Canarinho. O antigo fardamento ainda foi utilizado em algumas ocasiões.
O Santos e a Era Pelé
O Santos era um time com dois títulos paulistas quando Pelé
começou a jogar pela equipe, em 1956. Dezoito anos depois, ele havia
transformado o clube em uma potência do futebol. Foram dez conquistas
estaduais, cinco nacionais e quatro edições do Rio-São Paulo, além do
bicampeonato da Libertadores e o Intercontinental, em1962/63. Fez mais de mil
gols pelo clube, alguns antológicos, como o Gol de Placa contra o Fluminense,
no Maracanã, em que driblou oito adversários. Para tanto, contou com parceiros
extraordinários, como o centroavante Coutinho, o ponta-esquerda Pepe e o
goleiro Gilmar dos Santos Neves.
Enfim, campeões do mundo
A seleção brasileira foi à Suécia, para disputar a Copa do
Mundo de 1958, sob desconfiança. O time não vinha bem e era criticado pela
torcida e imprensa. E, de fato, o time não empolgou nos primeiros jogos. Bastou
o técnico Vicente Feola fazer mudanças para a coisa engrenar: com Pelé,
Garrincha, Zito e Vavá no time titular, a equipe passou a jogar como nunca e
ganhou todas as partidas, inclusive a grande decisão, contra o time da casa,
por 5 a 2. Pela primeira vez, os brasileiros podiam dizer que eram campeões
mundiais de futebol.
Taça Brasil, o primeiro Brasileirão
Mais de 50 anos passaram e o País ainda não tinha um
campeonato nacional (até então, só havia torneios estaduais). Foi então que a
Confederação Brasileira de Desportos decidiu criar a Taça Brasil, que reuniria
os campeões de 16 estados. Quem levantou a taça acabou sendo um time de fora do
eixo Rio-São Paulo: o Bahia, de Biriba, Nadinho e Leone. A equipe enfrentou o
poderoso Santos de Pelé e venceu a primeira partida, em plena Vila Belmiro. Perdeu
na Fonte Nova, em Salvador, mas derrotou o rival na partida-desempate, no
Maracanã.
O Tricampeonato no México
A Copa do Mundo de 1970 tinha tudo para ser especial. Era a
primeira a ser transmitida ao vivo, para todo o mundo, via satélite. Os três
bicampeões (Brasil, Uruguai e Itália) chegaram à semifinal, aumentando as
chances de a Taça Jules Rimet ser disputada pela última vez (quem vencesse o
torneio por três vezes ficaria com ela para sempre). Quis o destino que a
conquista fosse brasileira, graças a um dos maiores times da história do nosso
futebol. Além de Pelé, a seleção contava com Jairzinho, Tostão e Gérson. No
final, veio a goleada contra os italianos (4 a 1).
Flamengo e a Era Zico
O Flamengo sempre foi conhecido por ser o time de maior
torcida do Brasil por muitos anos. Havia apresentado times sensacionais, nas
décadas de 1940 e 1950, mas ainda não haviam obtido o reconhecimento nacional e
internacional com o qual sonhavam. Isso mudou quando surgiu um jovem atleta
conhecido pelo apelido de Zico. À frente de um time de craques, como Mozer,
Nunes, Andrade e Adílio, o craque levou o rubro-negro a conquistar cinco
campeonatos cariocas, quatro brasileiros e a Taça Libertadores de 1981. No
mesmo ano, disputaria o torneio intercontinental (equivalente ao mundial),
derrotando o Liverpool por 3 a 0.
De novo, campeão da América
Em 1989, o Brasil voltara a receber o Campeonato
Sul-Americano (ou Copa América), após 40 anos. Curiosamente, era o mesmo
período em que a seleção canarinho não conquistava o torneio. Por isso, a
pressão era grande. Após um começo trôpego, o Brasil foi evoluindo e chegou ao
quadrangular final, contra Argentina, Paraguai e Uruguai. Com grandes atuações,
o time de Bebeto e Romário venceu as três partidas derradeiras e levantou a
taça de forma invicta. Era um marco histórico para o País, já que nem mesmo
Pelé e Garrincha haviam conseguido levantar a taça.
Nos pênaltis, o tetra
Bebeto e Romário voltariam a entrar para a história da
seleção, mas de forma muito mais importante que em 1989. Em 1994, eles formavam
a dupla de ataque do Brasil, que não vencia uma Copa do Mundo desde 1970. Foram
ao todo sete partidas, em que a dupla mostrou o velho entrosamento e um grande
futebol, mesmo em meio a um time puramente defensivo, montado pelo técnico
Carlos Alberto Parreira. Na final contra a Itália, o empate em 0 a 0 levou a
partida para os pênaltis. Mas o brasileiros venceram por 3 a 2 e acabaram com a
fila.
A volta da supremacia mundial
A década de 1990 e o começo do século 21 foram os anos de
retomada da hegemonia brasileira no futebol. Após conquistar a Copa do Mundo em
1994, chegamos à final em 1998, mas fomos derrotados pela França por 3 a 0. Em
2002, no entanto, não teve pra ninguém: a equipe de Ronaldo e Rivaldo venceu
todas as suas sete partidas e conquistou o pentacampeonato. Ainda haveria
espaço para conquistar a Copa América em 1997, 1999, 2004 e 2007. Esse domínio
seria rompido nos anos seguintes, pela Itália e, principalmente, pela seleção
espanhola.
Um título no Maracanã
A final da Copa das Confederações de 2013 era de grande
importância para os brasileiros. Em primeiro lugar, porque enfrentavam a
Espanha, campeã mundial e bicampeã europeia, consagrada como a melhor do mundo
na atualidade. Além disso, o Brasil voltava a jogar uma final de torneio da
Fifa no mítico estádio do Maracanã. E não estava disposto a ver o rival
levantar a taça, como ocorreu na Copa de 1950. Com uma vitória incontestável
por 3 a 0, Neymar, Fred e companhia atropelaram o time de Iniesta e Xavi, para
a alegria dos torcedores.
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