quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Os melhores tipos de vinho para a sua saúde

Pesquisadoras brasileiras criam um método para classificar o vinho de acordo com a sua capacidade de prestar benefícios ao corpo. Com ele, seria possível levar para casa tipos que agradam muito mais que o paladar.



 

A quantidade e os tipos de antioxidantes dos vinhos fazem toda a diferença no impacto da bebida no organismo, segundo um estudo da professora Inar Castro, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP). Para provar que o consumidor pode, diante de tantas opções no supermercado, fazer suas escolhas considerando estritamente o fator saúde, ela selecionou 666 vinhos tintos de quatro países Brasil, Uruguai, Chile e Argentina, Criou, então, um método para classificá-los em baixa, média ou alta funcionalidade, com base no poder da bebida de gerar efeitos positivos ao corpo.

Entre as seis variedades de bebidas analisadas, as que tiveram o maior número de amostras de alta funcionalidade foram as das uvas tannat e malbec produzidas na Argentina e vendidas por, no mínimo, 15 dólares, algo em torno de 35 reais.

Um dos motivos que fizeram as bebidas provenientes da uva tannat brilharem no estudo atende pelo nome de tanino. "Trata-se de um polifenol poderoso e encontrado aos montes nessa variedade", esclarece Gustavo Andrade de Paulo, gastroenterologista da Universidade Federal de São Paulo e diretor da Associação Brasileira de Sommeliers.

O consumo de vinho, e aqui entram todas as variedades, não apenas as da uva tannat e malbec, ainda está associado a uma menor probabilidade de desenvolver diabetes, doenças neurodegenerativas e certos tipos de câncer, segundo Creina Stockley, farmacologista e gerente de informações para a saúde do Instituto Australiano de Pesquisa sobre Vinho. Isso, nunca é demais reforçar, em porções comedidas e regulares — ou seja, de uma a duas taças por dia e nada mais.

Saiba mais, sobre o processo de fabricação dos vinhos e a funcionalidade de cada tipo da bebida.             



Tipo de uva
Por questões genéticas, uma fruta pode produzir mais compostos fenólicos (os famosos antioxidantes) do que outra.             
Maturação
Frutos maduros propiciam maior fermentação, formando mais álcool. E ele ajuda a extrair os antioxidantes da uva.             
Meio ambiente
Ele também interfere na concentração de antioxidantes. Vinícolas em locais altos, por exemplo, tendem a gerar uvas com maior teor desses elementos.       
Armazenamento
Quando o vinho é guardado em barris de carvalho, polifenóis da madeira podem se infiltrar na bebida. Aí, ponto para o vinho!

            

Uva tannat
Originária da França, essa uva se adaptou muito bem ao Uruguai e à Argentina. Um dos elementos que mais chamam a atenção em seu vinho é o tanino, um potente polifenol. Cerca de metade das amostras de tannat (44%) figurou na lista da alta funcionalidade.

            

Uva merlot
No Rio Grande do Sul, a fruta sofre com o ataque de um fungo, o que resulta na ativação do seu sistema de defesa. Com isso, há maior produção de resveratrol. O estudo mostrou que 42% dos exemplares eram de média funcionalidade.             


Uva syrah
Nascida no Oriente Médio, ela se deu bem na França, mas seu paraíso mesmo é a Austrália. O vinho da syrah é encorpado e aromático. Entre as garrafas avaliadas, boa parte (37%) foi considerada de alta funcionalidade.

            

Uva cabernet sauvignon
Trata-se da uva roxa mais famosa do mundo até porque é fácil produzi-la em qualquer país. Na análise, 45 e 35% dos seus vinhos eram de média e alta funcionalidades, respectivamente.             



Uva malbec
Essa variedade de uva encontrou na Argentina condições perfeitas. Seus vinhos costumam ser bem alcoólicos. A maioria das amostras de malbec do estudo (43%) foi identificada como de alta funcionalidade.

            

Uva carménère
É bem semelhante à uva merlot. Mas a maturação da carménère não ocorre de forma homogênea, um dos motivos pelos quais é difícil produzir um vinho sensorialmente excepcional com ela. Metade das amostras se mostrou de média funcionalidade.

            

E o vinho branco?
Ele tem bem menos compostos fenólicos do que o tinto. Com exceção do rótulo Lorena Ativa, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa, e comercializado em todo o Brasil. "Conseguimos aumentar em cinco vezes a concentração dessas substâncias", conta Mauro Zanus, engenheiro agrônomo da Embrapa Uva e Vinho.


Conteúdo SAÚDE            

Nenhum comentário: