terça-feira, 17 de setembro de 2013

Como planejar a aposentadoria

Planejar a aposentadoria entra no lema: quanto mais cedo, melhor. De acordo com o educador financeiro e consultor do programa de educação financeira da Mastercard, Ricardo Pereira, não existe tempo certo para organizar a vida antes de se aposentar. "Quanto mais cedo pensar no assunto, a pessoa tem a possibilidade de construir aos poucos. O importante é contribuir para uma previdência em longo prazo", frisa.
 
A falta de planejamento, consequentemente, irá afetar a manutenção do padrão de vida depois de aposentado. "Dados do IBGE apontam que menos de 1% dos aposentados consegue manter o mesmo padrão de vida com o que recebem da aposentadoria", ressalta Ricardo Pereira.
 
O educador financeiro sugere que a pessoa alie os tipos de investimentos disponíveis conforme sua necessidade. "É fundamental que as pessoas tenham opção de diversificar o investimento com fundo de reserva na caderneta de poupança, e também investir na previdência privada", orienta.
 
Assim, é importante que a pessoa pesquise as formas de investimento disponíveis para que possa diversificar as aplicações financeiras e, consequentemente, correr menos riscos. "A vantagem de ter poupança aberta, por exemplo, é justamente pela liquidez, a qual é indicada para uma questão emergencial", afirma.
 
Confira os primeiros passos para planejar a aposentadoria.
 
Conforme Pereira, o primeiro passo para organizar a aposentadoria é pensar nela com antecedência, não deixando para resolver em curto prazo. Depois, é necessário criar uma poupança e conhecer outros tipos de investimento que existem para avaliar os riscos e vantagens que oferecem.

"Para um jovem de 18 anos, por exemplo, investir na bolsa vai proporcionar uma gama de opções maiores. Já quem tem pouco tempo para investir - dois anos, por exemplo -, tem mais riscos de perder", ressalta.

Outra medida importante é definir o padrão de vida que quer ter depois da aposentadoria, com base no que possui atualmente. Para isso, deve-se observar o orçamento doméstico e listar os gastos que tem para poder controlá-los. "A pessoa deve espelhar as despesas para inclui-las no cálculo após aposentadoria", aponta Ricardo.

O planejamento também inclui considerar a inflação ano a ano. Por exemplo, uma pessoa que ganha dois mil reais por mês atualmente, deve calcular a correção anual da inflação. "Daqui a 20 anos, o poder de compra vai sofrer alterações, por isso o recomendado é que se faça a correção de acordo com a inflação", afirma.

A qualidade de vida também é um item para ser considerado no planejamento, já que os gastos com saúde aumentam com o passar do tempo. "As despesas com seguro de vida, planos de saúde e medicamentos precisam ser levadas em conta antes de se aposentar. Deve-se pensar também em medidas de prevenção, como fazer academia", recomenda o consultor da Mastercard.

Veja algumas opções de investimento para aderir antes da aposentadoria.

Caso o planejamento em longo prazo não aconteça, o mais indicado para se investir em curto prazo são os títulos públicos ofertados no tesouro direto, já que, de acordo com Ricardo Pereira, a pessoa vai precisar buscar um produto mais conservador que dê garantia de sofrer menos riscos.

Para conferir qual o melhor investimento indicado para cada tipo de necessidade, o investidor poderá consultar o site do Tesouro Nacional, que faz a venda de títulos públicos diretamente para a pessoa física. "Nele, ela vai avaliar o que melhor se encaixa com o padrão de vida que tem e o que conseguiu acumular antes da aposentadoria", explica o educador financeiro.

Para uma pessoa que tem apenas três anos para começar o investimento da vida após aposentadoria, segundo Pereira, outra opção é a nota do tesouro nacional série B (NTN-B). A rentabilidade deste título é vinculada à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), com acréscimo de juros definidos no momento da compra. "Neste tipo de aplicação, a pessoa paga a inflação mais 6%, ou seja, corrige a inflação e proporciona ganho real de 6%", explica.

Há outras formas de aplicação, como a previdência privada, indicada para investimentos de longo prazo. Conforme Pereira, esse tipo de investimento garante renda mensal no final da aquisição, mas apresenta taxas que, no decorrer do tempo, podem corroer a quantia esperada.

Devido ao rendimento das taxas, o investimento em previdência privada é indicado para quem tem de 15 a 20 anos para se aposentar. "É recomendado também para um pai que resolve garantir a faculdade do filho, ainda criança", exemplifica.

Conforme o educador financeiro, a desvantagem está nas taxas que são mais "engessadas", se comparadas às taxas de fundos de investimento. "As últimas são mais fáceis de barganhar, porém essa aplicação exige aporte maior, com investimento acima de cinco mil reais".

Se a decisão for abrir um negócio próprio depois da aposentadoria, Ricardo sugere que a pessoa invista em algo que tenha experiência ou, ao menos, tenha um sócio com esse repertório. "De repente ela trabalha a vida toda como bancária e resolve abrir um salão de beleza. É preciso conhecimento na área", diz. Depois, é preciso haver um planejamento sobre o negócio, que irá depender do que conseguiu acumular antes da aposentadoria.

"É importante a pessoa ter uma postura ativa, desempenhar o papel de ir ao banco e ficar de olho nas taxas de aplicações", conclui.

Conteúdo do site BBEL Um Estilo de Vida

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