sexta-feira, 26 de abril de 2013

Guerra na Comissão do Pastor

 I
Depois de falar que negro
É a imagem do Cão,
Que os gays têm o defeito
De sofrer de comichão,
O pastor Feliciano
Assumiu a Comissão.
 
II
Lá nos Direitos Humanos,
Houve o maior reboliço:
Jean Willys pegou
Um cacete bem roliço
Para acertar o pastor,
Quase lhe quebra o toitiço.
 
III
“Queimar rosca todo dia”,
Disse em cartaz Bolsonaro,
Deputado de direita,
Tipo hoje muito raro,
Que fica com urticária
Só de ouvir falar em “aro”.

IV
“Queimar rosca é coisa boa”,
Respondeu um assumido.
“Pior é se dizer macho,
Pai exemplar, bom marido
E, sem sair do armário,
Queimar a rosca escondido”.
 
V
Feliciano acusou
As forças de Satanás
(O Cão Coxo, Zé Beiçola,
Volta Seca e Ferrabrás)
De fazerem um movimento
Para lhe passar pra trás.
 
VI
Chamou os gays de doentes,
Salientes, atrevidos.
Disse que “o verme na cova,
Reparando no invertido,
Comentou com o outro verme:
Esse aí já veio comido”.
 
VII
Defendeu também que o preso,
Na Casa de Detenção,
Quando queimar sua cama
Deve dormir é no chão
E trabalhar todo dia
Para pagar refeição.
 
VIII
Condenou a camisinha,
“Uma arte do Cão Cotó”;
Disse que a mulher casada
Nunca pode sair só
E só deve furunfar
No buraco do lençol.
 
IX
Condenou a minissaia,
“coisa do tempo moderno”;
Disse que a Miss Bumbum
Vai de encontro ao Pai Eterno
E vai arder para sempre
Nas profundas do Inferno.
 
X
A Bancada Feminina
Com Iara protestou:
Disse que a Idade Média
No Congresso se instalou,
Quem sabe monte outros planos.
Mesmo com Feliciano,
O mundo não se acabou.
 
Miguezim de Princesa

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