segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Mortes coletivas Segundo o Espíritismo

Terremotos, tornados, tufões, enchentes, secas inclementes, inverno excessivo, calor acima do suportável, as guerras, as drogas, assim como as epidemias, têm ceifado a vida de milhões de pessoas em toda a nossa História.
 
Castigo de Deus? Fatalidade?
 
Acaso Deus, em Sua infinita misericórdia, não poderia evitar esses eventos destruidores?
 
Como compreender esse intricado problema?
 
Em primeiro lugar, importa afirmar que, pelos ensinamentos espíritas, não existe castigo nem de Deus, nem de quem quer que seja. Tampouco ocorre a fatalidade, visto que todas as criaturas foram e são dotadas de liberdade para pensar, falar e agir (livre arbítrio). O termo fatalidade, assim, não existe no vocabulário espírita.
 
O livre arbítrio é uma das leis naturais. Todos os Espíritos, no Universo, agem em função dessa lei. Nenhum Espírito pode intervir no direito do uso do livre arbítrio de outro Espírito. Deus também não intervém nesse direito. Afinal, Deus é o próprio criador das leis naturais!
 
Os Espíritos utilizam-se do livre arbítrio (isto é, da liberdade de pensar, falar e agir), limitados apenas pelo grau de seu adiantamento espiritual. Quanto mais adiantado o Espírito, maior será a sua liberdade. A sua liberdade está sempre na razão direta da sua responsabilidade.
 
Todo e qualquer aprendizado do Espírito depende de sua ação. Quando encarnado, realiza experiências materiais e extrai dessas experiências novos conhecimentos para a sua evolução.
 
Os Espíritos se agrupam em grandes coletividades para a realização de suas experiências. Existe, por assim dizer, uma atração magnética entre eles, dentro de cada grau de evolução. No caso do nosso planeta, pertencem à ordem dos espíritos inferiores, sujeitos às provações e expiações.
 
Vamos explicar melhor. Provações significam provas, testes, que os próprios Espíritos estabelecem antes de encarnar, para medirem o grau de seu adiantamento espiritual. Não é uma imposição; é uma escolha de cada um. Cada Espírito pode escolher uma ou mais provações para passar durante a sua encarnação. Expiação significa efeito, consequência, resultado de causas anteriormente produzidas. Causa e efeito, portanto é outra lei natural.
 
Escrevemos em linhas anteriores que não existe a fatalidade. Esse é um axioma da Doutrina Espírita. Quando ocorre um evento qualquer, podemos dizer que é um efeito produzido segundo a inteligência, à vontade e o pensamento de seus autores. A cada um dos efeitos registrados, se ligarão as causas anteriores. Assim, não existem efeitos que não tenham as suas causas, assim como não existem causas que não tenham seus efeitos.
 
Quando acontece, por exemplo, uma catástrofe de grandes proporções, e que provoque a morte de grande número de pessoas, a análise conduz à conclusão de que todas essas pessoas não morreram (desencarnaram) por acaso; que não deveriam desencarnar. Porém, não se pode afirmar apressadamente, que todas essas pessoas estiveram, necessariamente, ligadas aos mesmos acontecimentos do passado.
 
Afirmamos que não existe o acaso nem a fatalidade. Então poderá ser indagado: Qualquer dessas pessoas não poderia, usando do seu livre arbítrio, deixar de estar no local da catástrofe e escapar da morte? A resposta é sim, poderia. Apenas que, mesmo se ausentando do ambiente do evento, isso não significaria que escaparia à desencarnação, se esse momento tivesse chegado. É fácil confirmar isso, verificando que em todas as catástrofes, a morte não ceifa a vida de todos.
 
O Espiritismo ensina que quando se aproxima o momento da morte, por um ou outro meio, ela ocorre. Portanto, não é a maneira, o processo pelo qual o fato acontece. O que vale mesmo é a repercussão de ordem moral que isso ocorre com o Espírito.
 
Milton Felipeli
Artigo extraído do Jornal Segue a Jesus nº 28

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