Visitar uma cidade-fantasma é uma experiência que atrai a curiosidade de
muitos viajantes e, para a sorte deles, não faltam opções desse tipo mundo
afora. Motivos econômicos, sociais e ambientais muito distintos causaram o
abandono de núcleos urbanos ao longo da história. Abaixo, o G1
apresenta quatro cidades-fantasma que podem ser visitadas:
Oradour sur Glane (França)
Oradour sur Glane foi destruída pelos nazistas
(Foto: TwoWings/Creative Commons)
Era um pequeno vilarejo no centro da França. Em 1944, durante a ocupação
nazista, 642 moradores foram mortos por soldados alemães, num massacre em
represália às atividades de resistência na região – 189 homens foram fuzilados,
e 247 mulheres e 206 crianças foram trancafiadas numa igreja, que então foi
incendiada. O lugarejo foi deixado do jeito que as tropas da divisão “Das Reich”
da temida SS nazista o abandonaram: deserto e com as casas queimadas. Objetos do
cotidiano, como uma máquina de costurar ou uma bicicleta, seguem nas casas,
formando um memorial silencioso às vítimas da 2ª Guerra Mundial. Um museu conta
a história do massacre.
Imagem de satélite mostra o vilarejo destruído
(Foto: Google Maps/Reprodução)
Humberstone (Chile)

Teatro de Humberstone, no deserto do Atacama (Foto:
Hermann Luyken/Creative Commons)
Durante seis décadas, a partir de 1880, trabalhadores chilenos, peruanos e
bolivianos trabalharam nas fábricas de beneficiamento de salitre, um importante
fertilizante, no deserto mais árido do mundo, no norte do Chile, que hoje se
encontram abandonadas. Humberstone teve uma população de quase 1.500 habitantes
e ainda conserva sua zona de alojamentos, a igreja, o mercado, o hotel, o teatro
e a zona industrial.
A maioria dos edifícios são construídos com pinheiros importados da América
do Norte. Passeios podem ser feitos pelas instalações de Humberstone e Santa
Laura, outra localidade abandonada. Juntas, elas são consideradas Patrimônio da
Humanidade pela Unesco.
Kolmanskop (Namíbia)
Kolmanskop está tomada pelas dunas (Foto: Harald
Süpfle/Creative Commons)
O acesso à cidade de Kolmanskop, que fica numa área do sul da Namíbia
conhecida como Sperrgebiet (“terra proibida”, em alemão), se dá por Lüderitz,
localidade mais próxima, onde é necessário conseguir uma permissão do governo
para fazer a visita. Essa autorização é uma reminiscência da época em que o
vilarejo ainda era destino de caçadores de diamantes. O auge de Kolmanskop foi
na década de 1920. Em 1956, ela foi definitivamente abandonada, e desde então
vem sendo tomada por dunas.
Um dos motivos mais corriqueiros para que uma cidade seja abandonada por seus moradores são mudanças econômicas radicais. A cidade de Kolmanskop, no deserto da Namíbia, é um exemplo literal de como esse fenômeno pode criar desertos em poucos anos. Tradicional colônia alemã, dedicada ao garimpo de diamantes, ela foi gradualmente abandonada a partir da década de 1930, quando as pedras começaram a se tornar escassas. Com o fim de sua principal atividade econômica, a cidade perdeu seu último habitante em 1954. Hoje, hospital, cassino, escola e até uma discoteca, tudo em estilo alemão dos anos 20, estão tomados por areia.
Pripyat (Ucrânia)
Roda gigante no parque de diversões de Pripyat: a
cidade que em outros tempos tinha uma população jovem, ficou parada no tempo
(Foto: Dennis Barbosa/G1)
Além de curiosidade, é preciso ter certa dose de coragem para visitar o palco
do maior acidente nuclear da história. Pripyat é talvez a mais famosa
cidade-fantasma do mundo. Lá viviam os trabalhadores da planta nuclear de
Chernobyl , que entrou em colapso em 1986.
A visita pode ser contratada com agências turísticas em Kiev. O local ainda
apresenta radioatividade, por isso cada um dos visitantes tem que assinar um
termo isentando os organizadores de qualquer responsabilidade.
Quando aconteceu o acidente, todas as pessoas num raio de 30 quilômetros
foram retiradas de Pripyat. A evacuação da cidade aconteceu em apenas duas
horas. Os moradores foram avisados de que deveriam deixar o local apenas com
documentos, e que voltariam quatro dias depois.
Pripyat tinha uma população jovem na época do acidente – a idade média dos
quase 50 mil moradores era de 24 anos. Também havia muitas crianças. Eles nunca
mais regressaram. Tudo foi abandonado subitamente.
A entrada na cidade se dá pela Avenida Lênin. O mato toma conta da praça
principal e os edifícios estão caindo aos pedaços. No topo de um deles, a foice
e o martelo lembram que aquela já foi uma cidade-modelo da União Soviética. Na
Escola Número 2 de Pripyat, o material escolar está espalhado por todas as
partes. O parque de diversões, com sua roda gigante e pista de carrinhos, é uma
das visões mais conhecidas do lugar.

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